Esta foi a pergunta norteadora da sondagem que eu e o Eduardo Zanini fizemos no final de 2023, por meio de um formulário online enviado para seleto público de CEOs, Diretores, Gestores de RH e Consultores Organizacionais de nossas redes de relacionamento. Queremos compartilhar com você os resultados deste levantamento.
Para conseguirmos fechar um universo de temas, definimos as opções de resposta para a coleta objetiva e, na sequência, abrimos para complementações em questões subjetivas. Nos baseamos nos burburinhos dos grupos de facilitadores e lideranças onde estamos incluídos para fazer essa seleção de ‘dores’. Propositadamente, deixamos de fora questões relativas a vendas, mercado e concorrência, pois queríamos entender mais dos bastidores das empresas neste momento de aceleradas e disruptivas mudanças.
Pois então, agora vamos compartilhar os resultados e falar dos temas em alguns artigos, pensando em contribuir com insights que, às vezes, passam despercebidos no corre corre diário. Neste primeiro artigo vamos a um overview da pesquisa, não sem antes agradecer a todos que participaram dela: recebam nosso muito obrigado pelas contribuições!
Recebemos 57 respostas, o que não representa nem de longe uma amostra estatística no universo de empresas no Brasil, sabemos disso. Nossa ideia foi colher aquela percepção de bate-pronto sobre o que mais tem tirado o sono desses diferentes agentes de transformação para, então, fazer um paralelo dessas percepções e poder tirar algumas lições e reflexões do exercício.
15 Dores pesquisadas nas questões objetivas
Os participantes classificaram essas dores em baixa, média e alta prioridade:
Outras dores que mais apareceram nas questões subjetivas:
- Engajamento de equipes e profissionais PJs
- Cultura de feedback ultrapassada
- Carreira e Remuneração nos novos modelos de trabalho
- Inovação em processos e produtos
- Estratégias de vendas e comunicação digital
- Automação e implantação de tecnologias disruptivas
- Profissionais despreparados para as novas profissões
Gráfico geral das dores classificadas como média e alta prioridade
Dores mais apontadas por público
Considerando soma de alta e média prioridade:
Alguns insights iniciais
Numa primeira passada de olhos, o que esses dados lhe dizem?
Sempre a Comunicação…
Para nós, fica claro que alguns problemas antigos continuam a tirar o sono de líderes e gestores, como é o caso da Comunicação. Se já era uma das queixas mais recorrentes antes dos efeitos da pandemia da Covid 19, ficou ainda mais latente com seus desdobramentos, como o home office, a automação dos processos e o redesenho dos negócios para se adequar aos novos tempos.
Comunicar-se bem, saber compartilhar uma nova visão e engajar equipes nela é parte importante da estratégia dos negócios hoje e sempre!
A forma de comunicar também conta muito quando pensamos em ambientes diversos e multigeracionais por um lado, e os desafios do mundo virtualizado e dominado pelos algorítmos de outro. Comunicar com assertividade, empatia e clareza no ambiente organizacional e saber se destacar com verdade na correnteza de conteúdos despejados nas redes sociais não são tarefas fáceis para pessoas e marcas!
O gap entre o discurso e a prática…
Chamou nossa atenção como muitos destacaram a necessidade de os líderes mudarem sua forma de pensar. Exceto pelos diretores, todos os outros consideraram essa mudança de mentalidade como uma prioridade alta.
Em nossa visão, isso mostra que, apesar dos discursos sobre mudança, ainda há muito a evoluir de dentro para fora, lá nos paradigmas enraizados. Um dos maiores desafios que enfrentamos em consultorias é justamente a mentalidade da alta gestão, que deseja mudanças em todos os níveis, porém, não se vê incluída e nem engajada nelas.
Ao contrário disso, a consciência da necessidade da mudança tem que vir deste público. É ele quem deve liderar e patrocinar todos os movimentos de transformação, entendendo que seu engajamento e exemplo representam muito do sucesso das iniciativas que acontecerão em todos os níveis da empresa.
Inovação, dados, tecnologias e versatilidade para se antecipar
Um resultado esperado se confirmou na sondagem no que diz respeito a inovação, análise de cenários, dados e indicadores: cada vez mais os negócios prescindem de uma gestão orientada por dados e exercícios de prospectiva (análise de tendências e cenários futuros). Como esse amanhã chega mais rápido, as empresas necessitam também de muita versatilidade para gerir mudanças e absorver novas tecnologias. Isso inclui um ambiente que permita o teste de ideias, valorize a inteligência em rede e os ecossistemas inovativos, além de incentivar e desenvolver a criatividade e o pensamento não-linear para gerar soluções fora do senso comum.
Essas metodologias de dados, indicadores e análise de cenários devem ser incorporadas nos processos e na cultura das empresas, numa espécie de upgrade de seus DNAs.
As Tecnologias humanas
Os negócios têm que se reinventar, ganhar agilidade e adequarem-se continuamente a um mundo diferente. O líder têm que dar conta disso sem perder de vista o cuidado consigo mesmo e com os seres humanos que mentora, entendendo e mapeando as necessidades de desenvolvimento das tecnologias humanas (soft e human skills) que ajudarão as pessoas a passar por tantas mudanças, ampliarem suas capacidades de criar relações saudáveis (intra e interpessoais) e gerenciar a si mesmas, com mais autonomia.
Pense que todas as pessoas estão se reinventando, desaprendendo velhas fórmulas e paradigmas, tentando se reencaixar, enquanto lidam com seus medos, desapegos e dores pessoais. Para protagonizar a transformação das suas carreiras, das empresas onde atuam, de seus negócios, numa velocidade que nunca experimentaram, elas precisam de autoconhecimento e novas ferramentas em seus cintos de habilidades e competências. É um processo complexo e contínuo, que passa por uma revisão da cultura organizacional e do modelo de gestão dos negócios. É preciso colocar no topo da lista de prioridades a saúde mental e o bem-estar de líderes e suas equipes.
Não temos tempo para perder tempo! Pense nisso, e mova-se!
Produtores:
Cris Kozovits – CEO da Kozovits Conteúdo Essencial
Eduardo Zanini – CEO da EZ Educação